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Análise das Novas Exigências Fitossanitárias dos EUA para Mosca-das-Frutas e Estratégias para Produtores do Vale do São Francisco

I. Sumário Executivo

A notícia de 30 de maio de 2025, referente à expansão dos critérios de controle da mosca-das-frutas pelo governo americano para o Vale do São Francisco, representa um marco regulatório crítico para a fruticultura regional. Esta alteração nas exigências fitossanitárias é fundamental para manter a elegibilidade das exportações, especialmente para mercados de alta exigência como os Estados Unidos. Este relatório visa dissecar as implicações dessas novas medidas, com base em dados e regulamentações existentes, e fornecer um guia estratégico para que os produtores do Vale do São Francisco possam se adaptar e manter a competitividade.

As implicações prováveis dessas "critérios expandidos" incluem a imposição de limites de tolerância a pragas mais rigorosos, a exigência de sistemas de monitoramento mais sofisticados e frequentes, e a possível obrigatoriedade de tratamentos quarentenários avançados ou sua verificação mais detalhada. Tais mudanças impactarão diretamente os custos de produção e a logística de exportação, exigindo uma adaptação proativa por parte dos produtores.

A manutenção do acesso ao mercado norte-americano demandará um compromisso renovado com o Manejo Integrado de Pragas (MIP), a incorporação de inovações tecnológicas para monitoramento e controle, e o fortalecimento da colaboração com entidades de apoio cruciais, como a Moscamed Brasil e a Valexport. Este documento oferece uma análise aprofundada do novo cenário regulatório e delineia estratégias e ações práticas para os produtores do Vale do São Francisco, com o objetivo de assegurar a continuidade e o sucesso de suas exportações.

II. Decodificando o Mandato Fitossanitário Expandido dos EUA (Pós-30 de Maio de 2025)

As regulamentações fitossanitárias dos Estados Unidos, especificamente o 7 CFR 319.56, são instrumentos dinâmicos, continuamente ajustados para prevenir a introdução e disseminação de pragas agrícolas.1 A anunciada "expansão de critérios" para o controle da mosca-das-frutas no Vale do São Francisco insere-se nesse padrão de avaliação de risco e mitigação contínuas. Historicamente, o Animal and Plant Health Inspection Service (APHIS), órgão do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) responsável por essas normativas, tem emendado regulamentos para frutas e vegetais de diversas origens. Um exemplo relevante é a regulamentação para a importação de mamões do Brasil, que estabeleceu condições como saneamento de campo, armadilhamento para moscas-das-frutas e, potencialmente, tratamento hidrotérmico.1 Este precedente ilustra como o APHIS pode expandir os critérios para outras frutas provenientes do Vale do São Francisco.

A natureza antecipada desses "critérios expandidos" provavelmente abrangerá diversas frentes:

  • Limites de Tolerância a Pragas Mais Baixos: O Índice Moscas/Armadilha/Dia (MAD), um indicador chave para o manejo, poderá ser significativamente reduzido. Atualmente, para mangas exportadas aos EUA, a Moscamed Brasil certifica pomares com MAD inferior a 1, com medidas de controle acionadas acima de 0,5.3 Uma expansão de critérios certamente implicará em uma maior pressão para reduzir ainda mais esses índices.

  • Monitoramento e Vigilância Aprimorados:

  • Pode-se esperar um aumento na densidade de armadilhas por hectare (a regulamentação histórica para mamão cita 1 armadilha/ha 1).

  • A frequência de inspeção das armadilhas, atualmente semanal em alguns casos 1 ou a cada três dias conforme práticas da Embrapa 4, pode se tornar mais rigorosa.

  • Há uma forte possibilidade de incentivo ou mesmo exigência de sistemas de monitoramento avançados e em tempo real, como as armadilhas eletrônicas desenvolvidas pela Embrapa, que fornecem dados imediatos para uma resposta rápida a infestações.4

  • Requisitos Mais Estritos para Abordagens de Sistemas ou Áreas Livres de Pragas: Se a região depende de uma "abordagem de sistemas" (um conjunto de medidas fitossanitárias interligadas), cada componente dessa abordagem enfrentará um escrutínio mais intenso.

  • Adoção Mandatória de Medidas de Controle Específicas: Pode haver uma ênfase maior ou mesmo a obrigatoriedade de programas de Técnica do Inseto Estéril (SIT) em larga escala 5 ou o uso de tratamentos químicos específicos e aprovados, caso o SIT não seja plenamente eficaz ou aplicável para todas as situações.

  • Verificação Mais Rigorosa de Tratamentos Pós-Colheita: Controles e verificações mais apertados para tratamentos como o Tratamento Hidrotérmico (HWT) 3 e o tratamento pelo frio 8 são esperados. Isso pode incluir manutenção de registros mais detalhados e auditorias diretas pelo APHIS ou sob sua supervisão, espelhando o modelo de supervisão do Ministério da Agricultura, Florestas e Pescas do Japão (MAFF) para exportações de manga.9

  • Lista Expandida de Pragas Regulamentadas ou Materiais Hospedeiros: Embora Ceratitis capitata e espécies de Anastrepha sejam as principais preocupações, a "expansão" pode envolver outras espécies de moscas-das-frutas ou até mesmo outras pragas, caso ocorram simultaneamente.

Independentemente das especificidades, o Certificado Fitossanitário (CF) continuará sendo um pilar. Todas as importações comerciais de frutas e vegetais para os EUA geralmente exigem um CF emitido pela Organização Nacional de Proteção Fitossanitária (ONPF) do país exportador – no caso do Brasil, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).10 Este certificado atesta a conformidade com os requisitos de importação dos EUA e, sob critérios expandidos, a base para sua emissão se tornará, inquestionavelmente, mais rigorosa. A atividade contínua do APHIS na atualização de informações sobre quarentena 12, com dados recentes de junho de 2025, reforça a natureza dinâmica das medidas fitossanitárias e a plausibilidade da implementação de critérios mais exigentes.

A adaptação proativa a essas mudanças não deve ser vista apenas como um fardo, mas como uma oportunidade para o Vale do São Francisco solidificar sua posição como fornecedor de frutas seguras e de alta qualidade. Historicamente, o APHIS tem demonstrado uma tendência de aumentar o rigor de suas exigências para proteger a agricultura americana.1 Mercados exigentes, como o Japão, já possuem protocolos extremamente detalhados e rigorosos, incluindo auditorias de inspetores do MAFF e parâmetros específicos para HWT.9 A expansão dos critérios dos EUA provavelmente alinhará suas exigências a esses modelos mais estritos. Produtores que anteciparem e implementarem padrões mais elevados antes que se tornem mandatórios enfrentarão menos interrupções, construirão uma reputação de qualidade e confiabilidade e, potencialmente, ganharão uma vantagem competitiva.

Paralelamente, a integridade dos dados e a rastreabilidade se tornarão elementos não negociáveis. Critérios expandidos significarão um escrutínio mais detalhado das práticas de manejo de pragas. O APHIS baseia suas decisões em dados de armadilhamento 1, verificação de tratamentos (como os exigidos pelo Japão 9) e certificados fitossanitários.10 Sistemas de monitoramento eletrônico, como os desenvolvidos pela Embrapa 4, oferecem coleta de dados aprimorada, georreferenciamento e alertas em tempo real. Em caso de interceptações ou surtos, a capacidade de rastrear rapidamente a origem é crucial. Consequentemente, os produtores necessitarão de sistemas robustos para registro de dados em todas as etapas – do monitoramento de campo e tratamentos à embalagem e expedição. O investimento em ferramentas digitais para gerenciamento de dados passará de um diferencial para um componente essencial da elegibilidade para exportação, implicando também na necessidade de capacitação em gestão e interpretação desses dados.

Tabela 1: Mudanças Antecipadas nos Critérios de Controle de Mosca-das-Frutas dos EUA para o Vale do São Francisco (Pós-Maio de 2025)

Aspecto Regulatório

Padrão Atual (Inferido/Exemplos)

Critério Expandido Antecipado

Justificativa/Evidência de Suporte

Impacto Potencial nos Produtores

Limite do Índice MAD (Moscas/Armadilha/Dia)

Mango para EUA: <1 (Moscamed); gatilho de controle >0,5.3 Objetivo Embrapa: <0,5.4

Significativamente menor que os níveis atuais (ex: <0,25 ou inferior).

Tendência de maior rigor; necessidade de menor risco de pragas na origem.

Intensificação massiva das medidas de controle no campo; aumento de custos; maior dificuldade em atingir o limite.

Densidade de Armadilhas de Monitoramento

Mamão (histórico): 1 armadilha/ha.1 Manga (orientação): grade de 400m.13

Aumento da densidade (ex: 2-4 armadilhas/ha ou grade mais densa).

Melhor detecção precoce e mapeamento mais preciso de infestações.

Aumento do custo de material e mão de obra para instalação e manutenção das armadilhas.

Frequência de Inspeção de Armadilhas

Semanal 1 ou a cada 3 dias.4

Mais frequente (ex: duas vezes por semana ou a cada 2-3 dias, dependendo do risco).

Resposta mais rápida a picos populacionais.

Aumento significativo da carga de trabalho e custos de mão de obra para inspeção.

Tecnologia de Monitoramento

Predominantemente manual.

Incentivo ou exigência de armadilhas eletrônicas (e-traps) com transmissão de dados em tempo real.

Maior precisão, dados imediatos, otimização de controle.4

Investimento inicial em tecnologia; necessidade de infraestrutura de comunicação e pessoal treinado para análise de dados.

Implementação da Técnica do Inseto Estéril (SIT)

Uso em algumas áreas/culturas, mas não universalmente mandatória.

Maior incentivo ou possível obrigatoriedade em áreas de alto risco ou para frutas específicas.

Método ambientalmente amigável e eficaz para supressão em área ampla.5

Custos associados à aquisição de insetos estéreis e programas de liberação; necessidade de coordenação regional (ex: Moscamed Brasil).

Parâmetros de Tratamento Pós-Colheita (HWT/Frio)

Protocolos estabelecidos (ex: HWT para manga 46°C 3).

Protocolos mais rigorosos, calibração e monitoramento mais precisos, verificação por terceiros.

Alinhamento com padrões de outros mercados exigentes (ex: Japão 9); maior garantia de eficácia.

Investimento em equipamentos mais precisos; custos de calibração e auditoria; possível impacto na qualidade da fruta se os parâmetros forem muito severos.

Documentação e Rastreabilidade

Registros de campo e tratamento.

Exigência de registros digitais detalhados, auditáveis e com rastreabilidade completa do lote.

Necessidade de investigação rápida em caso de não conformidade; maior transparência.

Implementação de sistemas de gerenciamento de dados; treinamento de pessoal; custos de software e hardware.

III. A Ameaça da Mosca-das-Frutas no Vale do São Francisco: Espécies Chave e Riscos Econômicos

A fruticultura no Vale do São Francisco enfrenta a ameaça constante de diversas espécies de moscas-das-frutas, que comprometem a qualidade e a comercialização dos produtos. Entre as principais, destacam-se:

  • Ceratitis capitata (Mosca-do-Mediterrâneo - Medfly): Esta é uma praga altamente polífaga, capaz de infestar uma vasta gama de hospedeiros, incluindo muitas das frutas de exportação do Vale.3 Documentos do APHIS explicitamente mencionam a Medfly como uma séria preocupação para a importação de mamões do Brasil 1, e o plano de ação da Califórnia para a Medfly ressalta sua ameaça significativa.7

  • Espécies de Anastrepha (Moscas-das-frutas sul-americanas): Incluem importantes pragas como Anastrepha fraterculus, A. obliqua e A. striata. A. fraterculus é frequentemente citada junto com a Medfly como uma ameaça para mamões.1 O plano de trabalho para exportação de mangas do Brasil para o Japão lista estas espécies de Anastrepha como pragas quarentenárias.9

  • Bactrocera carambolae (Mosca-da-carambola - CFF): Embora talvez menos estabelecida ou disseminada nas principais frutas de exportação do Vale do São Francisco, sua presença na América do Sul 15 e seu potencial para impedir exportações caso se estabeleça a tornam uma ameaça de fundo que exige monitoramento constante.

Compreender as características biológicas dessas pragas é crucial para um manejo eficaz. O ciclo de vida – ovo, larva (com múltiplos ínstares se alimentando dentro da fruta), pupa (frequentemente no solo) e adulto – pode se completar em aproximadamente 22 a 36 dias sob condições favoráveis.15 O conhecimento dessas fases é vital para direcionar as medidas de controle de forma mais eficiente.13 Tanto C. capitata quanto as espécies de Anastrepha são generalistas, utilizando diversos hospedeiros cultivados e silvestres, o que complica os esforços de controle, pois as populações podem ser mantidas em hospedeiros alternativos.14 As moscas adultas são voadoras ágeis e podem percorrer distâncias consideráveis (por exemplo, Bactrocera dorsalis pode voar mais de 50 km 15), tornando o controle em área ampla essencial.

O impacto econômico da não conformidade com as exigências fitossanitárias é severo. As perdas diretas devido à infestação tornam as frutas invendáveis, com quebras de rendimento que podem variar de 25-30% até 90% em casos extremos para mangas.16 Remessas com detecção de moscas-das-frutas vivas ou larvas são rejeitadas pelas autoridades dos EUA, resultando na perda total do valor do carregamento. Interceptações repetidas podem levar à suspensão das exportações de packing houses específicos, regiões ou até mesmo do país inteiro para determinados produtos. O Vale do São Francisco é um polo exportador vital, com mangas e uvas como produtos chave, e os Estados Unidos representam um mercado significativo.17 Estima-se que as moscas-das-frutas causem perdas anuais de US$ 60 milhões aos exportadores brasileiros de frutas frescas (um dado de 2006, provavelmente maior atualmente 18). O não cumprimento dos critérios expandidos dos EUA prejudicaria gravemente esta vital economia regional.

Um desafio significativo no controle dessas pragas é o que pode ser denominado "reservatório oculto". A natureza polífaga de moscas como a C. capitata 14 significa que elas podem sobreviver em muitos tipos de frutas. O Vale do São Francisco, embora conhecido por suas culturas de exportação, também possui uma agricultura local diversificada, vegetação nativa e, potencialmente, árvores frutíferas em áreas urbanas e quintais. Pomares abandonados ou plantas hospedeiras não manejadas podem servir como locais de reprodução.13 Mesmo que as fazendas voltadas para exportação mantenham altos padrões, as moscas podem migrar desses "reservatórios ocultos". Isso implica que o controle eficaz da mosca-das-frutas, especialmente sob critérios expandidos, não pode se limitar apenas às fazendas de exportação. Será necessária uma estratégia de manejo mais ampla e integrada em toda a área (AW-IPM) 5, que inclua a vigilância e o manejo de hospedeiros alternativos no ambiente circundante. Isso aponta para a necessidade de maiores parcerias público-privadas e engajamento comunitário.

Tabela 2: Principais Moscas-das-Frutas de Preocupação para Exportações do Vale do São Francisco aos EUA

Nome Científico

Nome Comum

Principais Frutas Hospedeiras no VSFR (Exemplos)

Características Biológicas Chave (Ex: ciclo de vida, dispersão)

Significado Regulatório Específico para os EUA (Ex: citada em docs APHIS, status quarentenário)

Ceratitis capitata

Mosca-do-Mediterrâneo (Medfly)

Manga, uva, mamão, goiaba, citros

Polífaga; ciclo de vida ~22-30 dias 15; alta capacidade reprodutiva; boa dispersão.

Praga quarentenária de alta importância; citada em regulamentos do APHIS.1

Anastrepha fraterculus

Mosca-das-frutas sul-americana

Manga, goiaba, pêssego, citros

Polífaga; ciclo de vida similar à Medfly; oviposição sob a casca da fruta.

Praga quarentenária; frequentemente regulada junto com C. capitata.1

Anastrepha obliqua

Mosca-das-frutas antilhana

Manga, cajá, seriguela

Preferência por Anacardiaceae; ciclo e comportamento similares a outras Anastrepha.

Praga quarentenária para mercados como o Japão 9; preocupação para os EUA.

Anastrepha striata

Mosca-da-goiaba

Goiaba, araçá

Especializada em mirtáceas, mas pode atacar outras frutas; ciclo e comportamento similares.

Praga quarentenária para mercados como o Japão 9; preocupação para os EUA.

Bactrocera carambolae

Mosca-da-carambola (CFF)

Carambola, manga, goiaba

Presente na América do Sul 15; polífaga; forte capacidade de voo e dispersão.15

Potencial praga quarentenária se sua dispersão aumentar; risco de restrições à exportação.15

IV. Manejo Proativo na Propriedade: A Primeira Linha de Defesa

A base para atender aos critérios expandidos dos EUA reside em um robusto programa de manejo de moscas-das-frutas na propriedade, começando muito antes da colheita. Este manejo deve ser multifacetado, integrando monitoramento rigoroso, práticas culturais adequadas, controle biológico e o uso criterioso de produtos químicos.

A. Sistemas Aprimorados de Monitoramento e Vigilância:

O monitoramento é a espinha dorsal de qualquer programa de MIP eficaz. Ele permite a detecção precoce de infestações, a avaliação da dinâmica populacional e a tomada de decisão informada sobre as intervenções necessárias.

  • Armadilhamento:

  • Tipos: As armadilhas McPhail (contendo atrativo alimentar, como proteína hidrolisada 4) e Jackson (com paraferomônios específicos) são padrões.1

  • Atrativos: Iscas de proteína atraem ambos os sexos e são cruciais para o desenvolvimento e maturação sexual das moscas.13 Paraferomônios, como metil eugenol e cue-lure, são usados para atrair machos específicos para monitoramento ou para a técnica de aniquilação de machos (MAT).5

  • Densidade e Posicionamento: Regulamentações históricas para mamão indicavam 1 armadilha/ha.1 Orientações para manga sugerem uma grade de 400m, com maior densidade em áreas de alto risco (próximo a cursos d'água ou plantas hospedeiras não manejadas).13 As armadilhas devem ser instaladas no dossel das árvores, em locais sombreados durante períodos quentes e mais expostos à luz em períodos frios.13

  • Frequência de Inspeção: Inspeções semanais são comuns durante a estação ativa.1

  • Índice MAD (Moscas/Armadilha/Dia): Este é um indicador crítico. Para exportação de manga aos EUA, a Moscamed Brasil certifica pomares com MAD < 1, sendo que um MAD > 0,5 já aciona medidas de controle.3 A Embrapa também nota que o objetivo frequente é não exceder 0,5 MAD.4 Critérios expandidos dos EUA certamente resultarão na redução desses limiares.

  • Monitoramento Eletrônico (e-Traps):

  • Sistemas como o desenvolvido pela Embrapa identificam a entrada do inseto na armadilha, capturam imagens, registram dados (data, hora, localização) e os transmitem a um servidor para análise e mapeamento de infestações.4

  • Os benefícios incluem dados em tempo real, monitoramento remoto, otimização e direcionamento da aplicação de defensivos, redução de mão de obra manual e maior precisão.4

  • Esta tecnologia pode se tornar um requisito de fato sob critérios expandidos para exportações de alto valor, dada a necessidade de dados mais precisos e tempestivos.

  • Manutenção de Registros: Registros meticulosos da localização das armadilhas, contagens de moscas, espécies identificadas e datas são essenciais.13 Esses dados informam as ações de controle e demonstram conformidade com os programas de manejo.

B. Práticas Culturais e de Saneamento (A Fundação):

Estas são medidas preventivas fundamentais que reduzem os locais de reprodução e a pressão da praga.

  • Saneamento de Campo: A remoção e destruição de frutas caídas e refugadas do campo é uma prática básica, mas crítica.1

  • Manejo de Plantas Hospedeiras: Manter as árvores livres de frutas maduras ou passadas durante o período de colheita.1 Remover árvores hospedeiras indesejadas ou negligenciadas que possam servir de reservatório para a praga.13

  • Higiene Pós-Colheita: Remover todas as frutas remanescentes após a colheita e destruir as frutas caídas.13 Gerenciar adequadamente os locais de descarte de frutas nos packing houses.13

  • Manejo do Solo: A aração da camada superficial do solo do pomar (cerca de 10 cm de profundidade) durante a entressafra (ex: novembro-dezembro) pode expor as pupas ao sol e à predação, ajudando a reduzir a população da praga.16

  • Seleção de Cultivares: Cultivares de maturação precoce podem escapar dos picos populacionais de moscas-das-frutas.16

C. Estratégias de Controle Biológico:

O controle biológico visa utilizar inimigos naturais ou técnicas que manipulam o comportamento da praga para reduzir suas populações.

  • Técnica do Inseto Estéril (SIT):

  • Princípio: Insetos machos são produzidos em massa, esterilizados (por exemplo, por radiação ionizante) e liberados no campo em grande número para acasalar com fêmeas selvagens. Esses acasalamentos não produzem descendentes viáveis, levando à supressão da população selvagem.5

  • Moscamed Brasil: É uma organização chave no Brasil, com experiência na implementação de SIT para mosquitos Aedes 21 e envolvimento no manejo de moscas-das-frutas para exportação de mangas.3 A organização importou uma linhagem de C. capitata para SIT em 2005.6

  • Fatores de Eficácia: O sucesso da SIT depende da competitividade dos machos estéreis em relação aos selvagens, sua capacidade de sobrevivência no campo e de acasalar com sucesso.6 O re-acasalamento de fêmeas com machos selvagens pode reduzir a eficácia da SIT.6 A SIT é frequentemente parte de um programa de Manejo Integrado de Pragas em Área Ampla (AW-IPM).5

  • Critérios expandidos dos EUA podem impulsionar uma adoção mais ampla ou programas de SIT mais intensivos no Vale do São Francisco, coordenados por entidades como a Moscamed Brasil.

  • Inimigos Naturais: A introdução de vespas parasitoides 16 pode ser um componente, embora opções comercialmente viáveis e em larga escala para moscas-das-frutas possam ser mais limitadas em comparação com a SIT.

D. Uso Criterioso de Controles Químicos (Direcionado e Regulamentado):

O controle químico deve ser uma ferramenta complementar dentro de um programa de MIP, utilizado de forma estratégica e em conformidade com as regulamentações do mercado de destino.

  • Iscas Tóxicas (Bait Sprays): A aplicação de iscas à base de proteína combinadas com um inseticida (ex: espinosade no GF-120, usado na Califórnia 7) é eficaz para atrair e matar machos e fêmeas.13 Recomenda-se aplicação semanal e reaplicação após chuvas, com cautela para evitar fitotoxicidade nas frutas.13

  • Pulverizações Foliares: Utilizadas quando a pressão da praga é alta. Produtos como Deltametrina e a combinação Fipronil + Imidacloprida são listados para controle de mosca-das-frutas em manga 16, mas a estrita adesão aos Limites Máximos de Resíduos (LMRs) dos EUA é primordial.

  • Técnica de Aniquilação de Machos (MAT): Utiliza blocos impregnados com um paraferomônio atrativo e um inseticida para eliminar os machos da população.13 É mais eficaz quando combinada com iscas tóxicas.13

  • Momento e Direcionamento: O controle químico é mais eficaz com conhecimento prévio dos focos de infestação.4 Armadilhas eletrônicas podem ajudar a identificar esses focos para pulverizações direcionadas.4

  • Restrições Regulatórias: Muitos mercados importadores, incluindo os EUA, são cada vez mais restritivos quanto a resíduos de defensivos.3 Critérios expandidos provavelmente significarão LMRs ainda mais apertados ou uma lista menor de ingredientes ativos aprovados.

E. Barreiras Físicas e Técnicas de Atração e Morte (Lure-and-Kill):

  • Ensacamento de Frutas: O envolvimento individual das frutas (ex: mangas) em sacos de malha fina ou coberturas pode impedir fisicamente a oviposição pelas moscas.16

  • Armadilhamento em Massa (Mass Trapping): Uso de uma alta densidade de armadilhas (úmidas ou secas) para reduzir as populações da praga.13

  • Armadilhas/Iscas Caseiras: Por exemplo, extrato de Ocimum sanctum (manjericão sagrado) ou misturas de vinagre/água/mel.16 Embora potencialmente úteis para controle em pequena escala ou suplementar, sua eficácia para conformidade em larga escala para exportação sob regulamentações estritas necessita de validação.

A transição de um manejo reativo para um manejo preditivo de pragas será uma consequência natural e necessária da expansão dos critérios. Atualmente, as práticas frequentemente envolvem monitoramento programado (ex: inspeções semanais 1) e tratamentos reativos quando os limiares são excedidos.3 No entanto, tecnologias como o sistema de e-traps da Embrapa 4 permitem a coleta de dados em tempo real e a geração de mapas de infestação. Similarmente, o Departamento de Alimentos e Agricultura da Califórnia (CDFA) utiliza dados de temperatura para projetar os ciclos de vida das moscas para o planejamento de tratamentos.7 O futuro do manejo na propriedade no Vale do São Francisco dependerá cada vez mais da análise preditiva. Isso envolve a integração de dados de monitoramento em tempo real com informações climáticas e modelos de biologia de pragas para prever períodos e locais de alto risco, permitindo intervenções preventivas e direcionadas, em vez de apenas reativas. Isso requer investimento em tecnologia e capacidades em ciência de dados.

Ademais, embora a Técnica do Inseto Estéril (SIT) seja uma ferramenta poderosa e ambientalmente amigável 5, com a Moscamed Brasil possuindo experiência significativa 3, ela deve ser vista como um pilar dentro de uma estratégia mais ampla, e não uma solução isolada. A eficácia da SIT depende de fatores como a competitividade dos machos estéreis, a densidade da população selvagem e o comportamento de re-acasalamento das fêmeas.6 A SIT é frequentemente combinada com outros métodos, como iscas tóxicas, para resultados ótimos, como no plano de controle da Medfly da CDFA.7 Portanto, mesmo que os critérios expandidos dos EUA incentivem fortemente ou até exijam a SIT, os produtores devem integrá-la a um robusto monitoramento, saneamento e, potencialmente, iscas tóxicas suplementares, especialmente nas fases iniciais ou em zonas de alta pressão da praga. O papel da Moscamed Brasil será crucial na ampliação e otimização das liberações de SIT.

Tabela 3: Visão Geral Comparativa das Técnicas de Manejo de Mosca-das-Frutas na Propriedade

Técnica

Descrição

Aspectos Operacionais Chave (frequência, materiais)

Prós

Contras/Desafios

Relevância para Conformidade com EUA (Expandida)

Monitoramento Aprimorado (Manual)

Uso de armadilhas (McPhail, Jackson) com atrativos para detectar e quantificar populações.

Densidade e frequência de inspeção aumentadas (ex: semanal ou mais). Registros detalhados.

Detecção precoce, base para decisões de MIP, demonstração de baixos níveis populacionais.

Custo de mão de obra, subjetividade na contagem, atraso na informação.

Essencial para atender a limiares de MAD mais baixos; dados fundamentam a certificação.

Monitoramento Eletrônico (E-Traps)

Armadilhas com sensores e câmeras que transmitem dados em tempo real.4

Instalação de rede de e-traps, software de análise, infraestrutura de comunicação.

Dados precisos e em tempo real, otimização de pulverizações, redução de custos a longo prazo, mapas de infestação.

Custo inicial de investimento, necessidade de conhecimento técnico, dependência de conectividade.

Pode se tornar preferencial ou obrigatório para alta precisão e resposta rápida exigidas pelos novos critérios.

Saneamento e Práticas Culturais

Remoção de frutas caídas/refugadas, manejo de hospedeiros alternativos, aração do solo.1

Implementação consistente e rigorosa durante todo o ciclo da cultura.

Redução da fonte de infestação, baixo custo (exceto mão de obra), ambientalmente sadio.

Exige disciplina e mão de obra; eficácia depende da adoção em área ampla.

Fundamental para reduzir a pressão da praga e facilitar o cumprimento de outros requisitos (ex: eficácia do SIT, HWT).

Técnica do Inseto Estéril (SIT)

Liberação de machos estéreis para interromper a reprodução da praga.5

Liberações aéreas ou terrestres regulares, coordenação com biofábricas (ex: Moscamed).

Específico para a praga alvo, ambientalmente seguro, eficaz em área ampla.

Custo, logística complexa, eficácia depende de vários fatores (qualidade dos insetos, razão de liberação).

Fortemente incentivado ou possivelmente mandatório; contribui significativamente para a supressão populacional e baixos níveis de MAD.

Iscas Tóxicas (Bait Sprays)

Aplicação de iscas atrativas (proteína) misturadas com inseticida de baixo impacto.7

Aplicações direcionadas (ex: faixas ou pontos), frequência baseada no monitoramento e condições climáticas.

Efetivo contra machos e fêmeas, menor impacto ambiental que pulverizações totais, compatível com MIP.

Custo do produto, risco de fitotoxicidade se mal aplicado, necessidade de reaplicação após chuvas.

Ferramenta chave para reduzir populações adultas e manter o MAD baixo; atenção aos LMRs do inseticida utilizado.

Técnica de Aniquilação de Machos (MAT)

Uso de dispositivos (blocos) com paraferomônio e inseticida para matar machos.13

Instalação de blocos em densidade adequada, substituição periódica.

Redução da população de machos, complementar a outras táticas.

Efetivo apenas contra machos, pode mascarar dados de armadilhas de monitoramento se usar o mesmo atrativo.

Contribui para a redução populacional; deve ser usado em conjunto com outras táticas para controle de fêmeas.

Ensacamento de Frutas

Cobertura individual de frutas com sacos protetores.16

Mão de obra intensiva para ensacar cada fruta.

Barreira física eficaz, reduz necessidade de pulverizações diretas na fruta.

Custo elevado de mão de obra, impraticável para grandes áreas ou frutas pequenas.

Pode ser uma opção para produtos de alto valor ou orgânicos, garantindo frutas livres de oviposição.

V. Tratamentos Pós-Colheita Conformes para Acesso ao Mercado dos EUA

Mesmo com um manejo de campo exemplar, os tratamentos pós-colheita são frequentemente exigidos como uma medida quarentenária adicional para garantir que as frutas exportadas estejam livres de moscas-das-frutas. A expansão dos critérios dos EUA provavelmente intensificará o escrutínio sobre esses tratamentos.

A. Tratamento Hidrotérmico (HWT):

O HWT é um método amplamente utilizado que envolve a imersão das frutas em água aquecida por um período específico para eliminar ovos e larvas de insetos.

  • Princípio: O calor controlado letalmente afeta os estágios imaturos da praga dentro da fruta.3

  • Protocolos Existentes:

  • Mamões do Brasil: O APHIS propôs o HWT como uma condição adicional para a importação.1

  • Mangas: É uma técnica consagrada. A adaptação brasileira, baseada em métodos mexicanos, preconiza 46°C por 75 minutos para frutas com até 425g, e por 90 minutos para frutas entre 426g e 650g.3 A FAO também menciona um tratamento de 46,4°C por 65 a 90 minutos para mangas, dependendo do tamanho, variedade e país de origem.8

  • Requisitos do Japão para mangas brasileiras: São extremamente específicos, incluindo o posicionamento de sensores, monitoramento preciso da temperatura (água a 47°C, com o núcleo da fruta devendo atingir 46,0°C e ser mantido por 5 minutos), e supervisão rigorosa por inspetores do MAFF.9

  • Parâmetros Críticos: A temperatura da água, a temperatura no núcleo da fruta, a duração do tratamento, o tamanho e a variedade da fruta, e o resfriamento rápido pós-tratamento são cruciais para a eficácia e para evitar danos à fruta.3

  • Impacto dos Critérios Expandidos: Provavelmente envolverão uma adesão ainda mais estrita a protocolos de HWT validados, possivelmente espelhando a precisão exigida pelo Japão.9 Isso incluiria calibração aprimorada de equipamentos, monitoramento contínuo e detalhado das temperaturas, e manutenção de registros impecáveis. O APHIS pode exigir a revalidação de protocolos existentes ou especificar novos.

B. Tratamento pelo Frio:

Este tratamento envolve o armazenamento das frutas em baixas temperaturas por um período definido para eliminar as moscas-das-frutas.

  • Princípio: A exposição prolongada a temperaturas baixas, mas acima do ponto de congelamento da fruta, é letal para os diferentes estágios da praga.8

  • Aplicabilidade: É adequado para commodities que toleram armazenamento prolongado em baixas temperaturas, como uvas, maçãs, peras e kiwis.8 Mangas são geralmente sensíveis a danos pelo frio (chilling injury), tornando este método menos comum para elas, embora algumas variedades ou protocolos específicos possam existir.

  • Protocolos: Por exemplo, para a Medfly, os protocolos podem incluir 10 dias a 0°C ou abaixo, ou 14 dias a 1,7°C ou abaixo.8

  • Impacto dos Critérios Expandidos: Para frutas adequadas como uvas, as autoridades dos EUA podem especificar combinações de temperatura/duração mais rigorosas ou exigir um monitoramento mais preciso e contínuo da temperatura da polpa da fruta durante todo o tratamento.

C. Outros Tratamentos Potenciais (Menos Comuns ou Emergentes para Moscas-das-Frutas):

  • Atmosfera Controlada (AC) / Embalagem com Atmosfera Modificada (EAM): Baixos níveis de O2 e/ou altos níveis de CO2 podem ser inseticidas.8 Embora eficazes para algumas pragas e commodities, ainda não são amplamente aprovados como tratamentos quarentenários para moscas-das-frutas em frutas frescas exportadas para os EUA.8

  • Irradiação: É um tratamento fitossanitário eficaz para desinfestação, mas requer instalações especializadas, aceitação pelo consumidor e aprovação específica para cada combinação fruta/praga/mercado.

D. Certificação de Instalações e Auditorias:

As instalações de tratamento (packing houses com HWT ou câmaras frias) provavelmente precisarão ser certificadas pelo MAPA e estarão sujeitas a auditorias potenciais do APHIS, de forma similar a como o MAFF do Japão audita as instalações que exportam mangas para o Japão.9 Isso envolve garantir que os equipamentos estejam devidamente calibrados, que os protocolos sejam seguidos corretamente e que existam sistemas robustos de manutenção de registros.

A intensificação das exigências dos EUA reflete uma tendência global de convergência dos padrões fitossanitários. O Japão, por exemplo, já impõe requisitos extremamente detalhados e rigorosos para HWT e instalações de embalagem de mangas brasileiras, incluindo auditorias de inspetores do MAFF no local.9 A União Europeia também possui controles de importação fitossanitários abrangentes.11 A "expansão de critérios" dos EUA sugere um movimento em direção a um maior rigor, alinhando-se, em muitos aspectos, com os mercados mais exigentes. Produtores no Vale do São Francisco que já atendem ou se esforçam para atender aos padrões globais mais rígidos estarão, portanto, mais bem posicionados para se adaptar. O investimento para atender às exigências de um mercado exigente pode gerar benefícios para o acesso a outros.

É crucial entender que o tratamento pós-colheita é um ponto crítico de controle, mas não uma panaceia. Esses tratamentos, como o HWT, são projetados para eliminar qualquer infestação residual.3 No entanto, sua eficácia pode ser comprometida se a fruta chegar à instalação de tratamento com cargas de pragas muito altas. As regulamentações frequentemente operam com base em uma "abordagem de sistemas", onde múltiplas barreiras (controle de campo, saneamento, tratamento pós-colheita) se combinam para reduzir o risco.1 O sucesso do HWT também depende de não comprometer a qualidade da fruta ou sua vida de prateleira.3 Assim, os critérios expandidos dos EUA reforçarão que os tratamentos pós-colheita são a última linha de defesa, não um substituto para um manejo robusto na propriedade. Os produtores devem minimizar a pressão da praga no campo para garantir a eficácia dos tratamentos pós-colheita e evitar sobrecarregar sua capacidade.

Tabela 4: Tratamentos Pós-Colheita Aprovados/Recomendados para Conformidade na Exportação aos EUA

Tipo de Tratamento

Frutas Alvo (Exemplos)

Parâmetros Chave (Temp., Duração, Tamanho da Fruta)

Pragas Alvo (Medfly, Anastrepha spp.)

Notas de Eficácia

Pontos Críticos de Conformidade para Regras dos EUA (Expandidas)

Tratamento Hidrotérmico (HWT)

Manga, Mamão

Ex: Manga: 46-46.4°C por 65-90 min (dependendo do tamanho/protocolo).3 Japão: núcleo da fruta a 46°C por 5 min, água a 47°C.9

Medfly, Anastrepha spp.

Altamente eficaz contra ovos e larvas se os parâmetros forem rigorosamente seguidos. Pode afetar a qualidade se mal conduzido.

Calibração precisa de sensores, monitoramento contínuo da temperatura da água e do núcleo da fruta, registros detalhados, resfriamento rápido.

Tratamento pelo Frio

Uva, Kiwi, Pera, Maçã

Ex: Medfly: 10 dias ≤0°C; 14 dias ≤1.7°C.8

Medfly, Anastrepha spp.

Eficaz, mas requer longos períodos de exposição; aplicável apenas a frutas tolerantes ao frio.

Monitoramento contínuo da temperatura da polpa, uniformidade da temperatura na câmara, registros de tratamento, prevenção de reinfestação.

Irradiação

Diversas frutas

Doses específicas (kGy) dependendo da praga e da fruta.

Medfly, Anastrepha spp., outras.

Altamente eficaz, pode estender a vida de prateleira de algumas frutas.

Requer instalação licenciada, aprovação específica do APHIS para cada combinação fruta/dose, rotulagem, aceitação do consumidor.

Atmosfera Controlada/Modificada (Inseticida)

Nozes, frutas secas; limitado para frutas frescas como tratamento quarentenário.

Baixo O2 (<0.5%) e/ou alto CO2 (>40%) por períodos específicos a temperaturas controladas.8

Diversos insetos.

Eficaz para algumas pragas, mas não amplamente aprovado como tratamento quarentenário para moscas-das-frutas em frutas frescas para os EUA.8

Pesquisa e validação adicionais necessárias para aprovação como tratamento quarentenário para moscas-das-frutas em muitas frutas frescas.

VI. Manejo Integrado de Pragas (MIP) e Inovações Tecnológicas

A conformidade com os critérios expandidos dos EUA exigirá uma adoção ainda mais profunda e sofisticada dos princípios do Manejo Integrado de Pragas (MIP), combinada com o aproveitamento estratégico de inovações tecnológicas. O MIP não é uma solução única, mas uma filosofia de manejo que busca otimizar o controle de pragas de forma sustentável.

A. Princípios do MIP para Controle de Mosca-das-Frutas:

O MIP para moscas-das-frutas envolve a utilização coordenada de múltiplas táticas de controle – biológicas, culturais, químicas e físicas – para manejar as pragas de forma eficaz, econômica e com o mínimo impacto ambiental.3 Os pilares do MIP incluem:

  • Monitoramento: Como já detalhado, é a base para a tomada de decisões informadas, em vez de tratamentos rotineiros baseados em calendário.

  • Níveis de Ação: Intervenções são realizadas apenas quando as populações de pragas atingem níveis que podem causar danos econômicos ou exceder os limiares fitossanitários.

  • Controle Cultural e Sanitário: Práticas preventivas que reduzem a disponibilidade de hospedeiros e locais de reprodução.

  • Controle Biológico: Uso de inimigos naturais ou técnicas como a SIT.

  • Uso Criterioso de Produtos Químicos: Pesticidas são usados apenas quando necessário, com seleção cuidadosa para minimizar efeitos sobre organismos não-alvo, o meio ambiente e para atender aos LMRs.

B. Desenvolvendo um Programa de MIP Robusto para os Padrões Expandidos dos EUA:

Um programa de MIP adaptado aos novos e mais rigorosos padrões dos EUA deve ser abrangente e dinâmico:

  • Fundação Sólida: Forte ênfase em controles culturais e saneamento rigoroso, como a primeira barreira contra a proliferação de moscas-das-frutas.1

  • Núcleo de Monitoramento: Utilização intensiva de armadilhamento regular e, progressivamente, de armadilhas eletrônicas (e-traps) para detecção precoce, rastreamento populacional preciso e identificação de focos.1

  • Integração do Controle Biológico: Incorporação da SIT onde viável, com o apoio crucial de organizações como a Moscamed Brasil, para suprimir populações em larga escala.3

  • Uso Direcionado de Produtos Químicos: Priorização de iscas tóxicas (bait sprays) 7 em detrimento de aplicações foliares de amplo espectro. Se pulverizações foliares forem necessárias, a seleção de produtos deve considerar estritamente os perfis de resíduos aprovados para o mercado dos EUA e os LMRs vigentes.

  • Manejo Integrado de Pragas em Área Ampla (AW-IPM): Reconhecendo que as moscas-das-frutas não respeitam fronteiras de propriedades, os programas de AW-IPM coordenam os esforços de controle em regiões inteiras.5 Isso envolve a colaboração essencial entre produtores, agências governamentais e comunidades locais. Os critérios expandidos dos EUA podem, implicitamente, impulsionar a necessidade de programas de AW-IPM mais fortes e abrangentes no Vale do São Francisco.

C. Alavancando Inovações Tecnológicas:

A tecnologia desempenhará um papel cada vez mais vital na capacidade dos produtores de atender às exigências fitossanitárias.

  • Sistemas de Monitoramento Eletrônico: Conforme detalhado pela Embrapa 4, esses sistemas oferecem dados georreferenciados em tempo real, permitindo um manejo de pragas de precisão, otimização de pulverizações e potencial redução de custos.

  • Ferramentas de Apoio à Decisão (FADs): Softwares que integram dados de monitoramento, informações meteorológicas e modelos de desenvolvimento de pragas para prever surtos e recomendar ações de controle.13

  • Atrativos e Armadilhas Aprimorados: Pesquisas contínuas buscam desenvolver atrativos mais eficazes e específicos para cada espécie, bem como armadilhas mais eficientes.13

  • Técnicas Avançadas de SIT: A pesquisa em linhagens de sexagem genética para SIT, que permitem a liberação apenas de machos, aumenta a eficiência e reduz os custos do programa.6

O MIP é, por natureza, um sistema adaptativo e intensivo em conhecimento.19 Não se trata de uma receita fixa, mas de uma abordagem dinâmica que exige aprendizado e adaptação contínuos. A eficácia do MIP depende da compreensão da biologia da praga 14, da interpretação correta dos dados de monitoramento 4 e da avaliação da eficácia das diferentes táticas de controle. Novas tecnologias 4 e descobertas de pesquisa 6 emergem constantemente. Portanto, os produtores no Vale do São Francisco não podem adotar uma mentalidade de "implementar e esquecer". Atender aos critérios expandidos dos EUA exigirá investimento contínuo em treinamento para gerentes de fazenda e trabalhadores, atualização constante sobre pesquisas de instituições como a Embrapa e fomento de uma cultura de melhoria contínua nas práticas de manejo de pragas. Isso também implica a necessidade de serviços de extensão agrícola fortes e atuantes.

Além disso, um "ecossistema de dados" para garantia fitossanitária se tornará cada vez mais importante. O monitoramento eletrônico 4 gera grandes volumes de dados. Programas de SIT exigem dados sobre as populações de moscas selvagens versus estéreis.7 As instalações de tratamento pós-colheita geram registros de temperatura e tempo.9 A certificação fitossanitária depende da agregação e verificação de todos esses dados.10 Um desafio e uma oportunidade chave sob critérios expandidos será o desenvolvimento desse ecossistema de dados integrado. Isso envolveria a padronização da coleta de dados, a garantia da transmissão segura de dados, o desenvolvimento de plataformas para análise e visualização de dados e a facilitação do compartilhamento de dados (com as devidas salvaguardas de privacidade) entre produtores, MAPA, APHIS e órgãos de pesquisa. Esse ecossistema sustentaria a credibilidade do sistema fitossanitário da região.

VII. Navegando pela Certificação e Infraestrutura de Apoio Local

A capacidade dos produtores do Vale do São Francisco de se adaptarem aos novos critérios dos EUA dependerá não apenas de seus esforços individuais, mas também da eficácia e coordenação da infraestrutura de apoio local, que inclui órgãos governamentais, associações de produtores e instituições de pesquisa.

A. O Papel do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento):

Como Organização Nacional de Proteção Fitossanitária (ONPF) do Brasil, o MAPA é a autoridade central responsável pelos controles oficiais, inspeções e emissão de certificados fitossanitários que atestam a conformidade das exportações com os requisitos dos países importadores.9 O MAPA coordena com o APHIS os requisitos de importação e os planos de trabalho específicos para cada produto/praga. Além disso, é responsável por registrar e inspecionar unidades de produção e instalações de embalagem e tratamento (como exemplificado no plano de trabalho para exportação de manga para o Japão 9). Sob critérios expandidos dos EUA, o papel do MAPA na supervisão, auditoria e garantia da integridade do sistema de exportação se tornará ainda mais crítico, exigindo recursos adequados e pessoal qualificado para fiscalizações rigorosas.

B. Moscamed Brasil:

Esta organização social, reconhecida pelo MAPA, possui expertise significativa no manejo de moscas-das-frutas e na Técnica do Inseto Estéril (SIT).3 A Moscamed Brasil é a única responsável pela certificação de mangas exportadas para os EUA provenientes de pomares com algum grau de infestação por mosca-das-frutas, baseando-se no índice MAD.3 A organização monitora milhares de hectares de mangueiras no Vale do São Francisco 3 e é pioneira na aplicação da SIT para mosquitos Aedes, com colaboração da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), uma expertise que é transferível para o controle de moscas-das-frutas.6 A capacidade e o alcance da Moscamed Brasil precisarão ser significativamente apoiados e potencialmente expandidos para ajudar os produtores a atender a limiares de MAD mais baixos ou requisitos de SIT ampliados sob as novas regras dos EUA.

C. Valexport (Associação dos Produtores e Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco):

A Valexport desempenha um papel crucial na disseminação de informações e na coordenação das respostas do setor produtivo. A associação já sediou discussões técnicas com a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) e o APHIS sobre o controle de moscas-das-frutas para exportações de manga aos EUA.17 A Valexport será fundamental para comunicar os novos requisitos dos EUA aos produtores, organizar treinamentos, facilitar o diálogo com órgãos reguladores e defender as necessidades do setor.

D. Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária):

A Embrapa é a principal instituição de pesquisa agropecuária do Brasil, conduzindo estudos sobre a biologia de moscas-das-frutas, métodos de controle e desenvolvimento de tecnologias inovadoras, como as armadilhas eletrônicas.3 A corporação fornece suporte científico essencial para programas de MIP e para a validação de novas estratégias de manejo. A pesquisa da Embrapa será vital para desenvolver e validar novas ferramentas e estratégias que permitam aos produtores atender aos critérios expandidos dos EUA de forma eficaz e sustentável.

E. Outros Atores Chave:

Diversos outros atores complementam essa rede de apoio, incluindo as agências estaduais de defesa agropecuária (como a Adab na Bahia 17), universidades e instituições de pesquisa locais que podem realizar estudos adaptados às condições regionais, consultores privados que oferecem assistência técnica especializada, e fornecedores de insumos que disponibilizam produtos e tecnologias para o controle de pragas.

A capacidade do Vale do São Francisco de se adaptar aos critérios expandidos dos EUA dependerá da força coletiva e da colaboração de todo o seu sistema de apoio fitossanitário. O atendimento a padrões de exportação rigorosos não é responsabilidade exclusiva dos produtores individuais; ele se baseia em uma rede de organizações de apoio competentes e bem equipadas. A eficácia de cada entidade impacta as demais. Por exemplo, a certificação da Moscamed depende do arcabouço regulatório do MAPA, e as inovações da Embrapa precisam ser disseminadas pela Valexport e adotadas pelos produtores. Fraquezas em qualquer parte dessa cadeia – como serviços de inspeção com poucos recursos, lenta adoção de novas tecnologias ou falta de coordenação – podem comprometer o programa de exportação de toda a região. Portanto, o investimento no fortalecimento dessas instituições e no fomento à colaboração é primordial para o sucesso contínuo das exportações do Vale.

VIII. Recomendações Estratégicas para os Produtores do Vale do São Francisco

Diante da perspectiva de critérios de controle de mosca-das-frutas mais rigorosos por parte dos Estados Unidos, os produtores do Vale do São Francisco devem adotar uma postura proativa e estratégica. As seguintes recomendações, divididas em curto, médio e longo prazo, visam orientar essa adaptação.

A. Ações Imediatas (Adaptação de Curto Prazo):

  • Buscar Esclarecimento Oficial: Assim que os "critérios expandidos" forem oficialmente comunicados pelo APHIS, os produtores devem, individualmente ou através de suas associações (como a Valexport), buscar esclarecimentos detalhados junto ao MAPA sobre as novas exigências específicas.

  • Revisar e Intensificar Práticas Atuais: Realizar uma avaliação imediata das atuais práticas de monitoramento na propriedade, saneamento e medidas de controle, comparando-as com os padrões mais estritos antecipados (conforme delineado nas Tabelas 1 e 3 deste relatório). Identificar lacunas e áreas que necessitam de intensificação imediata.

  • Aprimorar a Manutenção de Registros: Implementar ou reforçar sistemas de manutenção de registros rigorosos e detalhados para todas as atividades de manejo de pragas. Isso inclui contagens de armadilhas, datas de inspeção, espécies identificadas, tratamentos aplicados (datas, produtos, doses), e métodos de descarte de frutas refugadas.

  • Consultar a Moscamed Brasil: Produtores de manga (e potencialmente de outras frutas que venham a ser cobertas por programas específicos) devem engajar proativamente com a Moscamed Brasil para entender como seus serviços podem auxiliar no atendimento a limiares de MAD mais baixos ou a requisitos expandidos de SIT.

  • Treinamento da Equipe: Conduzir treinamentos de atualização para toda a equipe da fazenda sobre identificação de moscas-das-frutas, protocolos de monitoramento, padrões de saneamento, e a correta aplicação das medidas de controle, incluindo o uso seguro de defensivos, se aplicável.

B. Estratégias de Médio Prazo (Construindo Resiliência):

  • Investir em Tecnologia: Avaliar e considerar o investimento em ferramentas de monitoramento avançadas, como armadilhas eletrônicas (e-traps) 4, e em sistemas de apoio à decisão (FADs) que possam otimizar o manejo de pragas e a tomada de decisões.

  • Fortalecer Programas de MIP: Desenvolver ou refinar planos de Manejo Integrado de Pragas (MIP) abrangentes e personalizados para cada propriedade, incorporando uma gama mais ampla de táticas preventivas e de controle biológico, e minimizando a dependência de controles químicos reativos.

  • Modernizar Instalações Pós-Colheita: Se necessário, realizar upgrades nas instalações de Tratamento Hidrotérmico (HWT) ou de tratamento pelo frio para atender a requisitos potencialmente mais estritos de controle de temperatura, monitoramento, calibração e manutenção de registros, inspirando-se em padrões como os exigidos pelo Japão.9

  • Explorar Colaboração em Área Ampla: Participar ativamente ou iniciar esforços locais para um manejo coordenado de moscas-das-frutas em área ampla, colaborando com fazendas vizinhas e autoridades locais para reduzir a pressão da praga em toda a região.

C. Visão de Longo Prazo (Conformidade Sustentável e Liderança de Mercado):

  • Cultura de Melhoria Contínua: Fomentar na propriedade uma cultura que priorize o aprendizado contínuo, a adaptação e a adoção das melhores práticas em manejo fitossanitário, tratando a conformidade não como um evento único, mas como um processo evolutivo.

  • Diversificação (Mercados e Produtos): Embora o foco seja atender aos padrões dos EUA, é prudente explorar e manter o acesso a outros mercados exigentes para reduzir a dependência de um único destino de exportação. Considerar a diversificação de culturas, se economicamente viável e agronomicamente adequado, também pode mitigar riscos.

  • Investir em Pesquisa e Desenvolvimento: Apoiar e colaborar com instituições como a Embrapa em pesquisas que busquem soluções inovadoras e sustentáveis para o manejo de moscas-das-frutas, adaptadas às condições do Vale do São Francisco.

  • Advocacia e Engajamento Político: Através da Valexport e outras associações, engajar ativamente com o MAPA e outros órgãos governamentais para assegurar que as necessidades regionais sejam consideradas em negociações comerciais e que políticas de apoio à conformidade fitossanitária sejam implementadas.

É fundamental que os produtores encarem os investimentos necessários para a conformidade fitossanitária não meramente como um custo, mas como um investimento crítico na gestão de riscos e na manutenção do acesso a mercados valiosos. A implementação de medidas mais rigorosas, como monitoramento aprimorado, tratamentos avançados e adoção de tecnologia, certamente implicará em aumento dos custos de produção.23 Contudo, as consequências econômicas da não conformidade são imensuravelmente maiores: remessas rejeitadas, perda de acesso ao mercado, danos à reputação regional e perdas significativas de receita.18 Uma análise de custo-benefício quase certamente demonstrará que os benefícios de longo prazo da conformidade superam os custos iniciais, especialmente para uma região com forte vocação exportadora como o Vale do São Francisco.

Finalmente, o capital humano emerge como um fator crítico de sucesso. Tecnologias avançadas como as e-traps 4 requerem pessoal qualificado para operar e interpretar os dados. Programas complexos de MIP 19 necessitam de gerentes de fazenda e técnicos com conhecimento aprofundado. Programas de SIT 5 envolvem um entendimento biológico intrincado e precisão logística. A navegação por regulamentações e processos de certificação complexos 9 exige expertise. Portanto, além de tecnologia e infraestrutura, o investimento em capital humano – através de treinamento, educação e atração de profissionais qualificados – será essencial para que o Vale do São Francisco se adapte com sucesso e mantenha a conformidade com os padrões fitossanitários expandidos dos EUA e de outros mercados internacionais. Isso abrange desde os trabalhadores de campo até os gerentes de exportação.

IX. Conclusão

A anunciada expansão dos critérios de controle da mosca-das-frutas pelo governo americano para o Vale do São Francisco, datada de 30 de maio de 2025, impõe desafios significativos, mas também oportunidades para a fruticultura da região. Embora os detalhes específicos desses novos regulamentos ainda necessitem de comunicação oficial e detalhamento pelo APHIS e MAPA, a análise das tendências regulatórias globais e das práticas de mercados exigentes sugere um movimento em direção a maior rigor no monitoramento, menores tolerâncias a pragas e processos de verificação mais robustos.

Navegar por este novo cenário exigirá dos produtores do Vale do São Francisco uma abordagem proativa, informada e colaborativa. A intensificação das práticas de Manejo Integrado de Pragas (MIP), o investimento em tecnologias de monitoramento e controle, a adesão estrita a protocolos de tratamento pós-colheita validados e a manutenção de registros impecáveis serão componentes indispensáveis para o sucesso.

A força da infraestrutura de apoio local – incluindo MAPA, Moscamed Brasil, Valexport, Embrapa e outras entidades – e a capacidade de colaboração entre todos os elos da cadeia produtiva serão determinantes. A adaptação não é apenas uma questão de conformidade individual, mas de fortalecimento do sistema fitossanitário regional como um todo.

A adesão a esses padrões mais elevados, embora possa implicar em custos adicionais, não apenas assegurará o acesso contínuo ao vital mercado dos Estados Unidos, mas também reforçará a competitividade e a sustentabilidade da indústria de frutas do Vale do São Francisco no cenário global. Este é o momento para os produtores da região encararem essas mudanças como um catalisador para aprimorar ainda mais seus processos, reafirmando seu compromisso com a qualidade, a segurança alimentar e a excelência, consolidando a reputação do Vale como um fornecedor de frutas de classe mundial.

Referências citadas

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  3. Technology makes it possible to export Brazilian mangoes to South ..., acessado em junho 7, 2025, https://revistacultivar.com/news/technology-makes-it-possible-to-export-Brazilian-mangoes-to-South-Africa

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  9. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO ..., acessado em junho 7, 2025, https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/sanidade-vegetal/exigencias-fitossanitarias/Plano_de_Trabalho_MANGA_JAPAO_Revisado_2021.pdf

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