Introdução
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apresentou recentemente ao setor vitícola uma inovação com potencial transformador: a cultivar de uva branca sem sementes BRS 54 Lumiar. Lançada oficialmente em 7 de maio de 2025 1, esta nova variedade surge como uma resposta estratégica às demandas crescentes por uvas de mesa de alta qualidade, adaptadas às condições do Semiárido brasileiro, especialmente o Vale do São Francisco.2 O desenvolvimento da BRS Lumiar, inserido no âmbito do programa "Uvas do Brasil" 3, visa preencher uma lacuna importante no mercado nacional, notadamente a "escassez de variedades nacionais de uva branca sem sementes adaptadas ao clima do Nordeste".3 Este lançamento representa um passo significativo para a autonomia tecnológica da viticultura brasileira, oferecendo uma solução customizada para os desafios e as oportunidades da região.
Os benefícios chave da BRS Lumiar são evidentes desde o seu anúncio, com destaque para a promessa de uma redução significativa nos custos de mão de obra, um dos principais entraves para a competitividade dos produtores.1 Além disso, sua adaptabilidade às condições edafoclimáticas do Vale do São Francisco 2 e sua capacidade de atender à crescente procura por uvas brancas apirênicas (sem sementes) de qualidade superior 3 a posicionam como uma cultivar de grande relevância. Este artigo tem como objetivo detalhar as características agronômicas e sensoriais da BRS Lumiar, suas vantagens econômicas, as recomendações de manejo e seu potencial de mercado, fornecendo informações valiosas para produtores, técnicos e demais interessados na modernização e expansão da viticultura nacional.
1. Desvendando a BRS Lumiar: Características que Encantam Produtores e Consumidores
A BRS Lumiar não é apenas mais uma opção no portfólio de uvas de mesa; ela carrega consigo um conjunto de atributos que a tornam particularmente atraente tanto para quem produz quanto para quem consome.
Subseção 1.1: Identidade e Origem
A BRS 54 Lumiar é uma cultivar de uva de mesa de coloração branca e, crucialmente, apirênica, o que significa que não possui sementes, apresentando apenas traços de sementes minúsculos que são imperceptíveis ao consumo.2 Este atributo é altamente valorizado pelos consumidores modernos. Ela é fruto do dedicado trabalho de pesquisa do programa de melhoramento genético "Uvas do Brasil", conduzido pela Embrapa.
3 A chancela da Embrapa e a origem em um programa de melhoramento focado nas necessidades nacionais conferem à BRS Lumiar uma base sólida de credibilidade e adaptabilidade.
Foto: João Dimas Garcia Maia/Embrapa.
Subseção 1.2: Atributos Sensoriais e Aparência
No que tange à experiência de consumo, a BRS Lumiar destaca-se por um "sabor especial", sendo descrita como "muito doce e saborosa".2 Um diferencial importante é a ausência de adstringência na película, característica que contribui para uma degustação mais prazerosa.2 As bagas complementam essa experiência com uma textura crocante, um atributo cada vez mais procurado no mercado de uvas de mesa.3
Visualmente, os cachos da BRS Lumiar são de tamanho médio, com uma conformação naturalmente solta, o que facilita o manejo no campo.2 Esta característica de cachos soltos pode contribuir para uma melhor aeração, potencialmente reduzindo a incidência de doenças fúngicas, além de simplificar operações como tratamentos fitossanitários e a própria colheita. As bagas são naturalmente grandes 2, o que pode diminuir a dependência de tratamentos com reguladores de crescimento para atingir o calibre desejado pelo mercado, embora a cultivar responda positivamente à aplicação de ácido giberélico para este fim, caso se busque um incremento ainda maior no tamanho.2
Subseção 1.3: A Película – Um Ponto de Atenção
A película das bagas da BRS Lumiar é classificada como de espessura média e, como mencionado, não apresenta adstringência, o que é um ponto altamente positivo para a aceitação pelo consumidor.2 Contudo, a mesma fonte técnica que descreve suas qualidades aponta que a película é "susceptível".2 Embora o tipo específico de suscetibilidade não seja detalhado nos materiais consultados (se a rachaduras por umidade, a doenças fúngicas específicas ou a danos mecânicos durante o manuseio), esta é uma informação crucial para o produtor.
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Uma película mais fina ou de espessura média, embora sensorialmente vantajosa, pode, em algumas circunstâncias, apresentar maior sensibilidade a estresses abióticos, como variações bruscas de umidade no solo que podem levar a rachaduras, ou a danos físicos durante a colheita, classificação e transporte. Pode também oferecer uma barreira física menor contra a penetração de certos patógenos. A menção de "susceptível" 2 sugere que, para que os benefícios sensoriais dessa película sejam plenamente aproveitados, os produtores deverão dedicar atenção especial ao manejo da irrigação, para evitar flutuações hídricas extremas, e adotar práticas de colheita e pós-colheita extremamente cuidadosas para minimizar danos. Dependendo da natureza exata dessa suscetibilidade, pode ser necessário considerar estratégias de manejo fitossanitário preventivo. Este cuidado adicional pode, em certa medida, demandar atenção e recursos que precisam ser ponderados frente à economia de mão de obra obtida em outras fases do cultivo.
Tabela 1: Principais Atributos da BRS Lumiar
2. Vantagens no Campo e no Bolso: O Impacto Econômico da BRS Lumiar
A introdução da BRS Lumiar no cenário da viticultura nacional traz consigo um conjunto de vantagens econômicas que podem redefinir a rentabilidade da cultura, especialmente em regiões de alto custo de produção.
Subseção 2.1: Redução Drástica nos Custos de Mão de Obra
O principal destaque econômico da BRS Lumiar reside na sua capacidade de reduzir em até 50% os custos com mão de obra no cultivo, um impacto particularmente significativo nas operações de manejo de cachos.1 No contexto da produção de uvas de mesa, a mão de obra representa uma parcela considerável dos custos totais, podendo alcançar até 35% em variedades tradicionais, principalmente devido a práticas intensivas como o raleio de bagas e cachos.3 A economia proporcionada pela BRS Lumiar advém, em grande parte, da menor necessidade de raleio, graças à conformação natural dos cachos e ao tamanho das bagas, e do manejo facilitado que suas características proporcionam.2 Esta redução de custos aborda diretamente um dos maiores "gargalos da produção" de uvas de mesa 4, aliviando a pressão sobre a rentabilidade do produtor.
Subseção 2.2: Fim dos Royalties sobre a Produção
Outro diferencial financeiro de peso da BRS Lumiar é a isenção do pagamento de royalties por quilo de uva vendido. O investimento do produtor se concentra, assim, na aquisição das mudas licenciadas junto a viveiristas credenciados pela Embrapa.3 Esta política contrasta fortemente com a de muitas cultivares estrangeiras protegidas, onde os royalties incidem sobre o volume produzido ou comercializado, representando uma despesa contínua que afeta diretamente a margem de lucro do viticultor. A ausência dessa taxa recorrente melhora o fluxo de caixa e a rentabilidade final da atividade.
Subseção 2.3: Benefícios Abrangentes
É importante ressaltar que as vantagens econômicas da BRS Lumiar não se restringem a um perfil específico de produtor. A economia gerada pela redução de mão de obra e pela isenção de royalties sobre a produção beneficia tanto os pequenos produtores, inseridos no contexto da agricultura familiar 6, quanto as grandes empresas agrícolas com extensas áreas de cultivo.3 Essa abrangência tem um significado social e econômico relevante, pois democratiza o acesso a uma tecnologia que permite produzir uvas de alto valor agregado com custos operacionais menores, fomentando a sustentabilidade e a competitividade em diferentes escalas de produção.
A combinação desses fatores – redução expressiva no custo de mão de obra, ausência de royalties sobre a produção e uma produtividade considerada elevada, entre 20 e 22 toneladas por hectare por safra 3 – cria um cenário financeiro potencialmente transformador. Não se trata apenas de uma soma de benefícios isolados, mas de um efeito multiplicador. A redução de 50% nos custos de manejo de cachos 3 já representaria uma economia substancial por si só. Quando aliada à isenção de royalties por quilo vendido 3, uma maior parcela da receita obtida com a venda da produção, que já é robusta devido à boa produtividade, converte-se em lucro líquido para o agricultor. Considerando ainda a possibilidade de mais de uma safra por ano no Vale do Submédio São Francisco 4, esses benefícios econômicos são amplificados ao longo do ano. Este conjunto de características posiciona a BRS Lumiar como uma cultivar com potencial para aumentar significativamente a rentabilidade da viticultura no Semiárido, tornando a atividade mais atrativa, resiliente e competitiva no mercado.
3. Cultivo Inteligente: Recomendações de Manejo para Máxima Produtividade
Para que o potencial genético da BRS Lumiar se traduza em colheitas abundantes e de alta qualidade, é fundamental a adoção de práticas de manejo adequadas, com atenção especial às recomendações de zoneamento, sistemas de condução e porta-enxertos.
Subseção 3.1: Zoneamento e Adaptação Regional
A 'BRS 54 Lumiar' foi desenvolvida e validada com foco em uma região específica, sendo sua recomendação principal para cultivo no polo vitícola que abrange Petrolina, em Pernambuco, e Juazeiro, na Bahia, ambos localizados no Vale do Submédio São Francisco (VSF).2 Esta região apresenta características de clima e solo que se mostraram favoráveis ao bom desempenho da cultivar.
É crucial observar as restrições de zoneamento: testes de validação conduzidos pela Embrapa indicaram que a 'BRS 54 Lumiar' não é recomendada para cultivo na Serra Gaúcha 2, uma tradicional região produtora de uvas no Sul do Brasil, mas com condições edafoclimáticas distintas das do Semiárido. Para outras regiões do centro-sul do país que possam ter interesse na cultivar, a Embrapa adverte que há necessidade de confirmação do comportamento agronômico por meio da realização de testes de validação locais antes de qualquer investimento em plantios comerciais.2 Esta cautela é essencial para evitar perdas e frustrações, garantindo que a cultivar seja introduzida apenas em ambientes onde possa expressar seu máximo potencial.
Subseção 3.2: Sistemas de Condução e Porta-Enxertos
No Vale do Submédio São Francisco, a BRS Lumiar demonstrou boa adaptação a diferentes sistemas de condução. Ela pode ser cultivada tanto no tradicional sistema de latada (também conhecido como pérgola) quanto no sistema em "Y".2 A escolha entre esses sistemas dependerá das preferências do produtor, da mão de obra disponível e de outras particularidades da propriedade.
A seleção do porta-enxerto é uma decisão agronômica de grande impacto no desenvolvimento e na longevidade do vinhedo. A BRS Lumiar foi testada com alguns dos porta-enxertos mais comuns na região, como o 'Paulsen 1103' e o 'SO4'. Os resultados indicaram que a cultivar apresentou uma melhor afinidade com o 'Paulsen 1103', enquanto a afinidade com o 'SO4' foi considerada menor.2 Esta informação é de grande valia para os viveiristas e produtores no momento da formação das mudas e do planejamento do vinhedo, visando otimizar o estabelecimento e a produtividade das plantas.
Subseção 3.3: Manejo Específico da Planta
Em termos de manejo fitotécnico, a BRS Lumiar apresenta boa resposta à aplicação de ácido giberélico (GA3) com o objetivo de aumentar o tamanho das bagas.2 Embora suas bagas sejam naturalmente grandes, o uso deste fitorregulador pode ser uma ferramenta para produtores que visam atender a nichos de mercado ainda mais exigentes quanto ao calibre dos frutos, ou para uniformizar o tamanho dentro dos cachos.
Conforme já destacado, uma das grandes vantagens da cultivar é o manejo simplificado dos cachos. Por serem naturalmente soltos e de fácil acesso, demandam menos intervenções de raleio manual 2, o que se reflete diretamente na redução dos custos de mão de obra.
Subseção 3.4: Produtividade Esperada
Nos ensaios de validação conduzidos no Semiárido, a BRS Lumiar demonstrou uma produtividade média consistente, situando-se entre 20 e 22 toneladas por hectare por safra.3 Este é um patamar de produtividade considerado bom para uvas de mesa de alta qualidade.
Um fator que potencializa ainda mais o rendimento da BRS Lumiar no Vale do São Francisco é a característica climática da região, que, aliada ao uso da irrigação, permite a obtenção de dois ciclos vegetativos e a realização de duas podas anuais. Isso abre a possibilidade para a colheita de uma ou até mais safras por ano na mesma área.4 Esta capacidade de intensificação produtiva interage de forma sinérgica com os atributos da BRS Lumiar. Uma produtividade de 20 a 22 toneladas por hectare por ciclo já é expressiva. Se o sistema de produção adotado no VSF permitir, por exemplo, a obtenção de 1.5 a 2 safras anuais, a produtividade total por hectare ao longo do ano pode alcançar valores consideravelmente mais elevados. Adicionalmente, a significativa redução nos custos de mão de obra para o manejo de cachos 3 se aplica a cada ciclo produtivo. Portanto, em um sistema de múltiplas safras anuais, a economia total com mão de obra é amplificada, tornando a BRS Lumiar uma opção ainda mais vantajosa do ponto de vista econômico nesse contexto específico de produção intensiva, quando comparada a uma região que permite apenas uma safra por ano.
Tabela 2: Recomendações de Cultivo para BRS Lumiar no Vale do São Francisco
Aspecto de Cultivo
4. BRS Lumiar e o Mercado: Potencial de Consumo e Exportação
O sucesso de uma nova cultivar não depende apenas de suas qualidades agronômicas e de produção, mas também de sua aceitação pelo mercado consumidor e de seu potencial para inserção em canais de comercialização, tanto internos quanto externos.
Subseção 4.1: Atendendo à Demanda do Consumidor
A BRS Lumiar foi estrategicamente desenvolvida para preencher uma lacuna de mercado identificada pela Embrapa: a escassez de opções de cultivares de uvas brancas sem sementes que sejam bem adaptadas às condições de cultivo do Nordeste brasileiro e que atendam aos padrões de qualidade exigidos.3 Dados de mercado indicam que uvas brancas e negras sem sementes já são valorizadas na região do Vale do São Francisco 7, sinalizando uma receptividade positiva para novas opções com essas características.
As preferências do consumidor, especialmente em mercados exigentes como o europeu – um destino relevante para as uvas de mesa brasileiras 8 – são claras. Este mercado valoriza uvas sem sementes, com boa firmeza (crocância), doçura adequada (com um teor de sólidos solúveis, ou Brix, mínimo de 14° para variedades sem sementes), além de uma aparência atraente e cor intensa e uniforme.9 A BRS Lumiar alinha-se bem com essas exigências, pois apresenta bagas grandes e crocantes, um alto teor de açúcar com acidez equilibrada, e a ausência de adstringência na película 3, atributos que são altamente desejáveis tanto para o consumo in natura no mercado doméstico quanto para a exportação.
Subseção 4.2: Potencial para o Mercado Interno e Exportação
Com suas características superiores e vantagens de custo, a BRS Lumiar possui um forte potencial para impulsionar o segmento de uvas de mesa no Brasil.4 O país já conta com uma área significativa, cerca de 16 mil hectares, dedicada ao cultivo de uvas finas e sem sementes, muitas das quais destinadas à exportação 4, conforme dados do Hortifruti Cepea. Nesse contexto, a BRS Lumiar é vista como uma cultivar com potencial para fomentar ainda mais as exportações brasileiras de uvas de mesa.4
As qualidades intrínsecas da BRS Lumiar (sabor, textura, ausência de sementes, aparência) a tornam uma candidata natural para os mercados internacionais. A significativa redução nos custos de produção, especialmente com mão de obra 3 e a isenção de royalties sobre a produção 3, pode conferir aos produtores brasileiros uma vantagem competitiva importante. Eles poderão ofertar a BRS Lumiar a preços mais competitivos no mercado global ou, alternativamente, obter margens de lucro mais atraentes, mesmo competindo com outros fornecedores internacionais. Além disso, o fato de ser uma cultivar desenvolvida nacionalmente pela Embrapa 3 pode agregar valor em termos de marketing, rastreabilidade e garantia de adaptação às condições de produção locais, o que tende a resultar em um produto de qualidade mais consistente. Assim, a BRS Lumiar tem potencial não apenas para satisfazer a demanda crescente do mercado interno por uvas brancas sem sementes de qualidade, mas também para fortalecer a posição do Brasil como um exportador de uvas de mesa diferenciadas, diversificando a pauta de exportação com uma cultivar de alto padrão.
5. Como Adquirir Mudas da BRS Lumiar: O Caminho até o Pomar
Para os produtores interessados em cultivar a BRS Lumiar, o acesso às mudas ocorre por meio de um processo de licenciamento estabelecido pela Embrapa, visando garantir a qualidade do material propagado e a correta disseminação da tecnologia.
O processo de licenciamento para a produção e comercialização de mudas da BRS 54 Lumiar é direcionado especificamente a viveiristas.10 O público-alvo são produtores de mudas de frutíferas ou de videira (gênero Vitis) que estejam devidamente inscritos no Registro Nacional de Sementes e Mudas (RENASEM), mantido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).10 Esta exigência assegura que apenas profissionais qualificados e regularizados tenham acesso ao material genético para multiplicação.
Os viveiristas que se enquadram nesses critérios e que têm interesse em obter a licença para produzir e comercializar mudas da BRS Lumiar devem manifestar seu interesse formalmente à Embrapa. O procedimento indicado é o envio de um e-mail para o endereço eletrônico ggnit.sgrp@embrapa.br.10
É importante notar que existem pré-requisitos e documentos específicos que podem ser exigidos para cada negociação de licenciamento, os quais estarão detalhados nos respectivos editais publicados pela Embrapa. A instituição também se reserva o direito de alterar o valor de eventuais lotes remanescentes ou excedentes de material de propagação de acordo com as variações de mercado, bem como de revogar determinados comunicados por razões de interesse público ou em caso de constatação de qualquer ilegalidade ou não conformidade.10
Portanto, os agricultores que desejam implantar vinhedos com a BRS Lumiar deverão procurar por viveiristas que tenham sido licenciados pela Embrapa para a produção desta cultivar específica. Este sistema formalizado de licenciamento é crucial para manter a integridade genética da cultivar e para assegurar que os produtores recebam mudas sadias e com garantia de origem.
Galeria de Imagens
- Foto: João Dimas Garcia Maia/Embrapa."
Conclusão: BRS Lumiar – Um Futuro Brilhante para a Viticultura Tropical
A cultivar BRS 54 Lumiar emerge como uma significativa contribuição da pesquisa agropecuária brasileira, oferecendo uma combinação de atributos altamente desejáveis para a cadeia produtiva de uvas de mesa. Sua condição de uva branca apirênica, aliada a uma excelente qualidade sensorial – marcada por doçura, sabor especial e ausência de adstringência na película 2 – atende diretamente às preferências de um mercado consumidor cada vez mais exigente.
O impacto econômico potencial da BRS Lumiar é, sem dúvida, um de seus maiores trunfos. A drástica redução nos custos de mão de obra, que pode chegar a 50% no manejo de cachos 1, somada à isenção de royalties sobre a produção 3 e a uma produtividade consistente e elevada no Vale do São Francisco 3, configura um cenário de maior rentabilidade e competitividade para os viticultores. Estes fatores são cruciais para a sustentabilidade econômica da atividade, especialmente em um contexto de custos de produção crescentes.
A adaptação específica ao Vale do Submédio São Francisco 2, uma das principais regiões produtoras de uva de mesa do Brasil, com possibilidade de múltiplas safras anuais 4, otimiza ainda mais os benefícios da BRS Lumiar. A cultivar representa uma inovação capaz de transformar a economia da viticultura na região, beneficiando desde agricultores familiares 6 até grandes empreendimentos agrícolas 3, e fortalecendo o agronegócio nacional.
Olhando para o futuro, a BRS Lumiar simboliza o avanço da pesquisa nacional e sua capacidade de gerar soluções tecnológicas adaptadas às realidades locais. Ela se apresenta como uma alternativa rentável e competitiva, com forte potencial para conquistar tanto o mercado interno quanto o exigente mercado de exportação 4, consolidando o Brasil como um player de destaque na produção mundial de uvas de mesa de alta qualidade. Recomenda-se que os produtores interessados busquem mais informações junto à Embrapa e aos viveiristas licenciados, e que acompanhem os resultados de validação da cultivar em outras regiões produtoras, vislumbrando um futuro mais produtivo e lucrativo para a viticultura tropical brasileira.
Referências citadas
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- BRS 54 Lumiar: nova cultivar de uva apirênica de sabor especial e manejo fácil para o Vale do São Francisco. - Infoteca Embrapa, acessado em junho 10, 2025, https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1175199?mode=full
- BRS 54 Lumiar grape cultivar reduces production costs in the Semi-Arid region, acessado em junho 10, 2025, https://revistacultivar.com/news/grape-cultivar-brs-54-lumiar-reduces-production-costs-in-the-semiarid-region
- Nova cultivar de uva branca sem sementes reduz em 50% o custo de mão de obra do cultivo no Semiárido - SBA1 | Sistema Brasileiro do Agronegócio, acessado em junho 10, 2025, https://sba1.com/noticias/noticia/37408/Nova-cultivar-de-uva-branca-sem-sementes-reduz-em-50-o-custo-de-mao-de-obra-do-cultivo-no-Semiarido
- BRS 54 Lumiar: Embrapa lança Cultivar de Uva Branca Adaptada ao Semiárido. - YouTube, acessado em junho 10, 2025, https://www.youtube.com/watch?v=RAgp-jqFgZU
- Nova uva branca sem sementes da Embrapa reduz 50% do custo de manejo no Semiárido, acessado em junho 10, 2025, https://noticias.broto.com.br/agricultura/uva-sem-semente-embrapa-semiarido/
- UVA/CEPEA: Brancas e negras sem semente se valorizam no Vale - HF Brasil, acessado em junho 10, 2025, https://www.hfbrasil.org.br/br/uva-cepea-brancas-e-negras-sem-semente-se-valorizam-no-vale.aspx
- Mercado externo - Portal Embrapa, acessado em junho 10, 2025, https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/cultivos/uva-de-mesa/pre-producao/aspectos-socio-economicos/mercado-externo
- Exigencias del mercado-Uva de mesa | Yara España - Yara Iberian, acessado em junho 10, 2025, https://www.yara.es/nutricion-vegetal/uva-mesa/exigencias-mercado/
- Oferta permanente - Portal Embrapa, acessado em junho 10, 2025, https://www.embrapa.br/editais-e-ofertas-publicas-para-licenciamento/oferta-permanente
- Nova uva branca sem sementes reduz em 50% custos no Semiárido ..., acessado em junho 10, 2025, https://agroemcampo.ig.com.br/2025/nova-uva-branca-sem-sementes-reduz-em-50-custos-no-semiarido/
- Circular Técnica - Ainfo, acessado em junho 10, 2025, https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/doc/1175199/1/CircTec-169.pdf